Quem sente saudade dos velhos tempos pode beber da fonte do artista Adeílton de Oliveira, que usa suas criações para enaltecer o passado. Em suas obras, da inspiração à matéria-prima, tudo é relíquia. Para comemorar o aniversário da cidade que povoa suas lembranças, ele desenvolveu 21 peças para a exposição Quando aqui era sertão (1), em cartaz até 5 de setembro, no Museu Artístico e Histórico de Planaltina. Todas as cenas reproduzidas fazem referências a tradições que remontam a tempos anteriores à criação de Brasília, quando o homem do cerrado ainda desconhecia o progresso que seria trazido pela nova capital.
São brincadeiras infantis, pescarias, grãos de café trabalhados no pilão, cenas de festas, altares das Folias do Divino e de Reis (2). Como se trata de miniaturas, as obras ficam expostas em uma mesa, acompanhadas de lupas, para permitir uma apreciação mais detalhada. Até mesmo Mestre d’Armas, personagem mitológico da região, é retratado em uma das imagens. Os trabalhos são feitos em madeira, palitos de fósforo, pedaços de carros de boi e de casarões demolidos, restos que o artista recolhe em suas andanças por todos os cantos que visita. “Há seis anos coleto esse material, à espera de uma oportunidade de usá-lo. Agora, pude contar a história da cidade com despojos dela mesma”, reforçou.
Muitos dos casarões históricos que ganham vida em suas pequenas esculturas foram recriados a partir de fotos históricas. Uma das peças é adornada por um oratório restaurado, do século19, e outra tem como base uma cruz fincada em uma fazenda da região, na década de 1950. Parte da memória afetiva do artista, a recordação dos meninos chupando cagaita (fruta nativa do cerrado), também ganha forma em madeira. “Antigamente, os pés de cagaita estavam por toda a parte, mas o crescimento da cidade está destruindo a vegetação típica daqui. Hoje, para chupar cagaita direto do pé, é preciso ir muito longe, se embrenhar no mato”, contou. O artista também se lembra de, quando menino, tomar banho no Córrego do Pompilho, que atravessa a entrada de Planaltina. Hoje, a turbidez da água, causada pela poluição, espanta qualquer banhista.
VISITAÇÃO: 18/Agosto à 05/ Setembro/2010 MUSEU ARTÍSTISTICO E HISTÓRICO DE PLANALTINA-DF
“O MESTRE D”ARMAS”
Apoio:
Administrção Regional de planaltina / Gerencia de Cultura e Educação
Shopping apresenta mostra com mini esculturas feitas por,
Adeilton Oliveira
Para
comemorar o Dia Nacional do Cerrado, 11 de setembro, o Boulevard
shopping apresenta a exposição “Cerrado e sua Biodiversidade”. São mini
esculturas feitas pelo artista plástico Adeilton Oliveira para
representar o maior bioma da América do Sul. Na mostra, animais
silvestres como o lobo guará, tamanduá bandeira, aves e insetos ganham
forma a partir de palitos de fósforo e pedaços de madeira. “Além da
fauna, a exposição destaca também a beleza da flora da região, com ipês
coloridos e flores”, disse o artista.
A
exposição está aberta ao público no 2° piso do mall, de segunda a
sábado, das 10hs às 22hs. Domingos e feriados das 12hs às 22hs. A
entrada é gratuita e classificação livre.
Sobre o artista
Nascido em Cajazeiras, na Paraíba, Adeilton
Oliveira veio morar em Brasília em 1978, com cinco anos de idade. Não
demorou muito para demonstrar seu talento pela arte. Aos 16 anos, entrou
para o grupo Via-Sacra e se apaixonou pelo lúdico, o teatro e a dança,
até descobrir sua capacidade para fazer objetos em miniaturas. “Foi amor
à primeira vista por essa área que exige dom e habilidade”, disse
Adeilton, aluno do curso de Artes Visuais na Faculdade de Arte Dulcina
de Moraes, em Brasília.
Transformar
material reciclado em pequenos objetos foi o grande salto do artista.
Agora, ele desenvolve uma exposição feita a partir de palitos de fósforo
para homenagear o cerrado e que será montada, pela primeira vez, no
Boulevard Shopping, entre os dias 9 e 19 de setembro. “O ano de 2010 é o
ano mundial pela biodiversidade, segundo a Organização nas Nações
Unidas. E como 11 de setembro é o Dia Nacional do Cerrado, resolvi
ressaltar a nossa região”, explica o artista. A sutileza de Adeilton
chama atenção não só pela forma que brinca com as peças, mas também pelo
jogo de atração que cria no imaginário das pessoas.
Como é a exposição miniaturas do cerrado?
São
20 peças, que representam a flora e a fauna do cerrado, como lobo
guará, corujas, araras e tucanos. Procurei criar não só o objeto, mas
toda uma cena. Como, por exemplo, tucanos se alimentando em uma árvore
torta típica dessa região.
Porque escolheu palito de fósforo para desenvolver a exposição?
Procurei
uma matéria prima inusitada, algo diferente que poucas pessoas fizessem
e tenho noticia de apenas cinco artistas que trabalham com este
material no Brasil.
Quanto tempo leva para desenvolver um trabalho como este?
Estou
trabalhando nesta exposição há três meses. O processo é bastante
demorado e exige muito cuidado. Mas estou fazendo com muita dedicação e
será exposta pela primeira vez no Boulevard Shopping.
Quais os materiais usados além dos palitos?
Fibra de Buriti e pedaços de madeira.
Esses produtos serão comercializados?
Sim, mas as peças que compõe a exposição somente serão vendidas por encomenda.
Vive da arte?
Sou
artista em tempo integral e este trabalho é minha única fonte de renda.
Adoro o que eu faço e já participei de mais de 100 exposições, entre
elas a XII Feira Internacional de Artesanato do Nordeste (FEINO) em
Maceió-AL e a Casacor Brasília.
O que você destaca em seu trabalho?
Em
março do ano passado fiz a exposição “Eduardo e Mônica”, em comemoração
aos 50 anos de Renato Russo. Em novembro deste ano pretendo fazer uma
com o tema “Faroeste Caboclo”, uma das músicas mais marcantes da
história do rock nacional, e lançá-la com o filme que está sendo
produzido pelo diretor brasiliense René Sampaio.
Serviço:
Exposição: “Cerrado e sua Biodiversidade” Local: Boulevard Shopping (Final da W3 Norte) Período: De 9 a 19 de setembro Horário de Funcionamento: De segunda a sábado, das 10hs às 22hs e domingos e feriados das 12hs às 22hs. Entrada é gratuita e classificação livre Informações: (61) 3448-3400
Musica de Renato Russo, esculpida em palitos de fosforo
Eduardo e Mônica
Com verve poética das mais sofisticadas, Renato Russo foi autor de versos como: “De você fiz o desenho mais perfeito que se fez/Os traços copiei do que não aconteceu/As cores que escolhi entre as tintas que inventei/Misturei com a promessa que nós dois nunca fizemos/(…)Da sua cama arranquei pedaços/Que talhei em estiletes de tamanhos diferentes/ diferentes/E fiz, então, pincéis com seus cabelos/Fiz carvão do batom que roubei de você/E com ele marquei dois pontos de fuga”. Daí, mais do que normal o fato do cantor e compositor ser homenageado pelas mãos de um artista plástico, o paraibano Adeilton Oliveira, que inaugura hoje, no Terraço Shopping, a exposição Eduardo e Mônica. “A banda estava no auge justamente na minha adolescência, não tinha festinha que não tocasse um disco dos Titãs ou da Legião”, recorda o artista plástico, que reproduziu em 40 miniaturas feitos de palitos e caixas de fósforos, os 78 versos da canção sobre a menina “com tinta no cabelo” e o “boyzinho que tentava impressionar”. “Gosto das histórias que ele contou, na verdade o Renato era um contador de história. É o que eu digo sobre mim também, sou artista plástico mas não gosto de fazer a obra ao acaso, gosto que tenha mais ou menos uma história para poder contar nas minhas exposições”, compara Adeilton, desde 1978 radicado em Planaltina.
(Lúcio Flávio, Correio Brasiliense, 27 de março de 2010)
Adeilton Oliveira e D. Carminha mãe de Renato Russo
No espaço cultural "Uberdan Cardoso" na cidade de Planaltina-DF, ela está exposta pra quem quiser ver, uma Via-Sacra esculpida em palitos, emoldurada em caixinhas de fósforos, são 15 estações ou cenas, que narram o caminho percorrido por Cristo desde a sua condenação por Pilatos até sua gloriosa ressurreição, mais não se preocupe sempre terá uma "lupa" para você examinar e conferir todos os detalhes da obra.
Exposição Planaltina 150 Anos, comemorados em Agosto de 2009. O evento aconteceu em Agosto de 2009 no espaço cultural Uberdam Cardoso em Planaltina, e contou com o apoio de Cláudio Abrantes.